Thursday 23 July 2015

Nuno de Almeida: leitura que “quase não nos dá tempo para respirar”

Teve o autor, António Quintans, a amabilidade de me convidar para fazer uma breve introdução à apresentação da sua obra.
Descansem os presentes, que não vou ser exaustivo nem me deterei em pormenor sobre o “Quinto Império”, isso terão de ser os leitores a fazê-lo.
Era um fim de tarde como outro qualquer. Cheguei a casa e depois de verificar o correio, liguei o computador para confirmar se tinha mensagens. No meio de uma dúzia de e-mails, um chamou-me de imediato a atenção, até porque estava à sua espera.
Era o livro “Quinto Império” do nosso amigo António Botto Quintans. Abri a mensagem, li as suas palavras sempre afáveis, e descarreguei o ficheiro para mais tarde começar a ler.
Com o computador portátil ainda ligado, resolvi “dar uma vista de olhos” ainda antes de jantar, com a certeza de que ia ler a introdução, espreitava o final, e podia ser que conseguisse uma proeza ao jeito de Marcelo Rebelo de Sousa: ler um livro quase sem o esfolhear.
Puro engano.
A cada novo facto surgem novas hipóteses e leituras...
O “Quinto Império” teve de imediato o efeito avassalador de me prender à leitura. Linha após linha, parágrafo após parágrafo, página após página.
Rapidamente percebi que este era daqueles livros que nos caem nas mãos, e que não conseguimos deixar de ler até ao último ponto, o final. A cada novo facto surgem novas hipóteses e leituras, traduzidas no capítulo imediatamente a seguir. Não há quebras no ritmo da escrita do António. Quase que não nos dá tempo para respirar.
Confesso que fiz uma pausa para jantar em família, mas logo de seguida retomei o meu foco. Li até não sobrar mais nada para ler.
 “O que é que se passou aqui?”
No final coloquei a mim mesmo duas questões: a primeira foi, “o que é que se passou aqui?” e a segunda, “o que é que eu vou dizer ao António?”.
Começando por responder a esta última questão conto-vos que, com ar solene, grave e sério, lhe sugeri algumas alterações. Afinal, esta é uma obra histórica, que deve responder a determinados cânones.
Pela resposta que o António me deu, finalmente atingi a profundidade do “Quinto Império”. E essa réplica guiou-me à resposta à primeira questão, que para os mais cansados a esta hora do dia eu relembro: “o que é que se passou aqui?”
Um projeto de vida
E ali, o que se tinha passado, é que eu tinha acabado de ter o privilégio de ler, quase em primeira mão, o projeto de vida de um homem discreto, nem sempre bem compreendido, mas apaixonadíssimo pela Quinta da Moita Longa e pela história que ela encerra.
Sim, a investigação incessante do António, é o seu projeto de vida. É o centro da sua existência. Para quem acredita que o rumo de vida de cada um, está traçado desde nascença, esta é a missão do António.
Ao longo da minha atividade profissional, contactei com o António por diversas vezes em contextos diferentes. Fosse a pedir-lhe uma reação ao tão badalado projeto da barragem do Toxofal, ou sobre a unidade de Turismo Rural em que a Quinta se transformou, inevitavelmente a conversa terminava à volta da história da Quinta da Moita Longa.
À distância de alguns anos e de muitas páginas escritas, reconheço que já ali fervilhava o “Quinto Império”.
Parabéns António!
Lourinhã, 23 de julho de 2015
Nuno de Almeida

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