Thursday, 23 July 2015

Pedro Silva: Pode não ser (...) no imediato,
mas a médio e longo prazo este título não será esquecido

Antes de mais, cordiais saudações a todos os presentes.
Como por certo saberão, o meu nome é Pedro Silva e sou Escritor. Tenho algumas obras publicadas, nada de muito relevante, mas cumpriu-me o honroso papel de prefaciar o título que aqui hoje se apresenta.
Infelizmente, por razões de saúde, não pude estar presente convosco nesta importante cerimónia de cariz cultural, mas nem por isso a minha mente deixa de estar com o meu amigo e colega de letras António Botto Quintans.
Não foi o primeiro prefácio que redigi mas, certamente, foi aquele através do qual logrei concretizar uma maior proximidade com o autor, fruto de uma actividade incansável do meu amigo António.
Pese embora eu apreciar os temas a que o livro alude, é sempre assaz difícil avaliar as palavras de um colega de profissão. Sentimos sempre que, ou estaremos a ser demasiado rigorosos (e, portanto, podendo cair no erro por defeito) ou demasiado elogiosos, isto é, erro por excesso.
Não é, portanto, tarefa fácil. Acredita-se, muitas vezes, que a um Escritor é fácil redigir tudo e qualquer coisa mais, porque tem o dom da palavra. Mas esquecem-se de que um Escritor é, por assim dizer, um profissional das letras. E, como profissional, é-lhe exigido uma qualidade extra que nos coloca em posição ingrata.
Pedem-nos, essencialmente, informação de qualidade, num texto conciso e de agradável leitura. Mas não pode ser demasiado frágil na argumentação. Tampouco pode dar azo a dúvidas. E, claro, para terminar, o autor não se deve alongar demasiado, tendo em conta o espaço exíguo de um livro.
Assim podem compreender um pouco das dificuldades de ser Escritor. Pois, ser Escritor não é apenas escrever. É muito mais do que isso. Há que haver preocupação com o leitor, assinalar, carinhosamente, o percurso com doses de atenção comercial. Em suma, um caminho penoso e que – pese embora a proliferação de títulos nos escaparates – não está ao alcance de todos.
Agradável leitura
São, efectivamente, estes atributos que vislumbro em António Botto Quintans. Por isso o livro foi de agradável leitura e a própria personalidade do seu autor é simultaneamente cativante e humilde que nos acaba por enredar num misto de leitor-amigo.
Tenho a mais profunda convicção em que o tempo confirmará esta minha asserção: a obra que em breve terão em mãos será um sucesso. Pode não ser – e esperemos que não, pois isso costuma ser péssimo sinal – no imediato, mas a médio e longo prazo este título não será esquecido. E por gerações sucessivas que, paulatinamente, irão descobrir os mitos e os mistérios que se escondem algures naquele espaço familiar repleto de magia e história.
Uma referência literária
António Botto Quintans, de quem tenho o grato privilégio de ser amigo, chega à literatura no seu momento ideal: maduro e seguro nas palavras, firme nas convicções e ponderado nas decisões. Só assim se compreende a criação de um texto que, não apenas nos remete para um passado familiar, como evoca, no nosso âmago, a sensação de vivermos um pedaço fulcral da própria história nacional.
Para quem não conhece o homenageado desta tarde, aconselho vivamente a fixarem o seu nome. Doravante, António Botto Quintans será uma referência literária. Merecidamente, acrescento. E eu, se Deus quiser, aqui estarei para acompanhar o seu percurso.
Assim me despeço, dando espaço ao único herói desta apresentação, o seu autor e a respectiva obra.
Abraço a todos!
Pedro Silva
(Autor do Prefácio do livro "Quinto Império - testemunhos de uma história verídica")

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