Sunday 23 August 2015

Sessão de autógrafos de António Botto Quintans
Domingo dia 23 de Agosto na Feira do Livro da Ericeira


António Botto Quintans na Ericeira:
"O tesouro templário, se ainda existir, estará num lugar inimaginável que pode muito bem ser a Quinta da Moita Longa"

Muito se tem dito e escrito acerca da localização do Tesouro dos Templários.
Em minha opinião, o tesouro, se ainda existir, estará num lugar inimaginável.
Num local que pode muito bem ser a Quinta da Moita Longa.
Primeiro, porque a Moita Longa confinava com o porto de mar templário da Atouguia.
Depois, porque, segundo a tradição, nela viviam monges vestidos de branco, que tanto podiam ser os Templários como os Monges de Cister…
Ou ambos.
Também, porque, segundo a tradição, a Moita Longa estava ligada por túneis ao castelo templário da Lourinhã, ao porto de mar templário da Atouguia e à antiga cidade celta de Monardo.
E a verdade é que na Moita Longa há entradas para túneis.
Para além disso, a Moita Longa, era a mata real mais vigiada do reino, embora nela não existisse nada que o justificasse. Não tinha caça, não tinha árvores para a construção de casas ou navios, enfim, era uma vasta área pantanosa que se estendia da Lourinhã a Óbidos e Atouguia.
E finalmente, porque a Moita Longa, embora não ostente nos seus edifícios e na sua capela qualquer cruz templária, foi concebida e inserida num pentagrama muitíssimo bem definido, tão comum nos lugares templários, que contém os cinco elementos da Natureza: Espírito, Ar, Fogo, Terra e Água.
A Estrela de Salomão
Ou seja, num lugar recôndito, longe dos olhares do mundo e guardado sob forte vigilância, os seus casarios foram concebidos ou readaptados na forma de um pentagrama: a Estrela de Salomão.
É sobre este Pentagrama que gostaria de deixar aqui umas breves palavras.
Olhemos para a planta arquitectónica dos edifícios da Quinta da Moita Longa.
Medindo a distância que vai do Arco do Sol (A) ao centro da Capela (B), contam-se 28 passos e meio.

E do centro da Capela (B) à antiga Porta dos Conversos (C) – que era a porta que separava a Ala dos Monges da Ala dos Conversos (os conversos eram os homens contratados pelos monges de Cister para desbravarem as terras) –, contam-se novamente 28 passos e meio.
Ou seja, o Arco do Sol (A) e a Porta dos Conversos (C), estão a equidistância do centro da Capela (B).
Agora, se unirmos os pontos A e C ao Centro do Tanque, verificamos estar na presença de um Triângulo de Ouro, cuja divisão de um dos lados pela base, dá o número 1,618 – o rácio de ouro ou a divina proporção.
Os ângulos da base, como veremos na figura seguinte, medem 72º, e o ângulo do ápice, 36º.
Descoberto o Triângulo de Ouro, que é a base do Pentagrama, a partir daqui, bastou unir o ponto A ao centro da Cascata, para se deduzir que estávamos diante de um pentagrama.
E o ponto 5?
Uma vez que temos quatro pontos muito bem definidos:
O Ponto A – o Arco do Sol,
O Ponto C – a Porta dos Conversos,
O centro do Tanque e
O centro da Cascata.
Que significado terá o ponto 5?
Quinta esconde um grande tesouro?
Na sinopse do livro vem escrito que segundo a tradição se esconde um grande tesouro na Quinta da Moita Longa.
Uma vez que a Quinta fez parte do extremo sul dos coutos de Cister e que era uma mata real que confinava com o antigo porto templário da Atouguia, que, acolheu todos os Templários que conseguiram fugir à terrível perseguição que lhes foi movida por Filipe, o belo, de França (1307), é de crer, como vem explicado no livro, que foi neste porto de mar que o tesouro desembarcou e tudo aponta para que tenha sido escondido na Quinta da Moita Longa.
Debaixo de uma pereira?
Aconteceu que na década de setenta, houve um antigo caseiro que chegou à Quinta dizendo que dois filhos seus, um emigrado no Canadá e outro na Alemanha, tinham sonhado no mesmo dia e na mesma noite, que o grande tesouro da Quinta da Moita Longa estava escondido debaixo de uma pereira, no terraço da casa dos caseiros.
A verdade é que se veio a descobrir que essa pereira existia mesmo, no sítio onde vem assinalado no mapa o ponto 5.
Diz o escritor norte-americano Philip K. Dick que quando duas pessoas têm o mesmo sonho é porque o sonho é realidade...[1]
Será?
Bem, a verdade é que quando se escavou no ponto 5, aconteceu uma história fantástica, que ainda hoje pode ser testemunhada por pessoas que viveram esse momento mágico.
E não são coincidências!
Isto está lá!
É verídico.
Basta olhar para as cartas para se verificar que bate tudo certo.
O Pentagrama foi concebido de forma deliberada.
Por quem?
O pentagrama era utilizado no planeamento geomântico dos lugares templários.
São estas e outras questões que são abordadas no livro “Quinto Império – Testemunhos de Uma História Verídica”.
Da discussão nasce a luz,
E a luz é sempre uma fonte de bem.
A Todos, Muito Obrigado!
A. Botto Quintans
[1] Philip K. Dick foi um escritor de ficção científica cujas novelas adaptadas ao cinema obtiveram grandes êxitos tais como A Nova Lei, com Tom Cruise, Assassinos Cibernéticos, com Peter Weller, Pago para Esquecer, com Bem Affleck, O Vidente, com Nicolas Cage, Os Agentes do Destino, com Matt Damon, etc.

Sunday 16 August 2015

Dr. Manuel Gandra apresenta o livro na 6ª feira
na Casa de Cultura Jaime Lobo e Silva - ERICEIRA
- sessão de autógrafos no Domingo dia 23 na feira do Livro

O livro "Quinto Império - testemunhos de uma história verídica", da autoria de António Botto Quintans, vai ser apresentado mais uma vez na próxima sexta-feira, dia 21 de agosto, às 21h30, na Casa de Cultura Jaime Lobo e Silva da Ericeira, com a presença do autor. A apresentação estará a cargo do orador Dr. Manuel Gandra
No próximo dia 23 de agosto (Domingo) às 21h30, por ocasião da Feira do Livro a decorrer na Ericeira, o autor António Botto Quintans estará novamente presente para uma sessão de autógrafos.
Acabado de dar à estampa pela Chiado Editores, o livro "Quinto Império - testemunhos de uma história verídica", foi lançado há poucas semanas na Lourinhã.
O livro resulta e resume as investigações de alguns anos do seu autor sobre os vestígios templários na região e na quinta que, segundo a tradição, poderá esconder o grande Tesouro dos Templários, herdado pela Ordem de Cristo.
A quinta, onde também Camões se terá inspirado para escrever a Ilha dos Amores, torna-se o centro das atenções deste trabalho que "encontra marcas inéditas da presença templária em toda a zona envolvente, inclusive um campo de sepultura e registos escritos que sugerem que algo de muito importante foi escondido nesta zona durante o reinado de D. Dinis".
Ilustrado por muitas imagens que ilustram o que o autor afirma a cada passo apresenta um conjunto de testemunhos físicos e historiográficos surpreendentes num crescendo que prende o leitor do princípio ao fim. "Não há subterfúgios nem ideais subconscientes. Tudo é límpido como as águas que correm na Fonte Divina da Quinta da Moita Longa", como sublinha António Botto Quintans.
A Chiado Editores tem à venda o livro "Quinto Império - testemunhos de uma história verídica" desde o passado dia 24 de Julho nas lojas das redes FNAC, Bertrand, Wook, para além de um conjunto de duas dezenas de outras livrarias independentes. O livro pode ainda ser adquirido online diretamente na editora AQUI.
Lançada na Lourinhã, o concelho onde se situa a Quinta da Moita Longa, a obra será objeto de diversas apresentações em Lisboa, Porto, Tomar e Ericeira, entre outros locais.
O autor

António Luís Botto e Sousa Quintans nasceu em Lisboa a 25 de Julho de 1959. Frequentou Gestão de Empresas na Universidade Livre de Lisboa e desde 1985 que se dedica à Quinta da Moita Longa, na Lourinhã. Colaborou em diversos jornais e revistas e em 2014 publicou “Contributos para a História da Aguardente Vínica Lourinhã D.O.C.”

Saturday 8 August 2015

Reportagem fotográfica: apresentação do livro
no Centro Cultural da Nazaré (7 de Agosto)

Fotos © D.R.
Clicar na imagem para visionar as fotos individuais.

Ana Pouseiro: "Qualquer pessoa que ame a região Oeste vai apreciar a leitura e descobrir algo mais sobre este território, historicamente tão rico"

Permitam-me, nesta noite, que me dirija a vós num registo pessoal.
Por vezes, o destino coloca na nossa vida momentos que, inesperadamente, se convertem em grandes surpresas e afectos improváveis.
Há vários anos, era eu uma jovem jornalista recém-chegada à região Oeste, fui destacada para uma reportagem sobre a Quinta da Moita Longa, na Lourinhã. Chegada ao local, foi encantamento à primeira vista. A Quinta é verdadeira bonita mas, mais do que isso, nela respira-se História. Não é preciso ter uma imaginação excessivamente sensível para esperar que, a qualquer momento, surja um cavaleiro na mata que rodeia a Quinta.
Mais o maior impacto da minha presença naquele longínquo dia na Moita Longa não foi a beleza da casa monumental e do espaço envolvente. O que ficou mais presente na minha memória foi a paixão do seu proprietário pela Quinta e por toda uma herança que já então ele pressentia ser maior do que um terreno e paredes antigas.
Eu admiro as pessoas que põem amor em tudo quanto fazem. E foi isso que me cativou naquele primeiro encontro com o António Botto Quintans, enquanto me mostrava as instalações e a propriedade, como uma criança entusiasmada com uma estória de encantar.
O António Botto Quintans tem este condão: com discrição e simplicidade, envolve-nos na sua própria relação de amor com a Quinta da Moita Longa.
Eu, que acredito na importância de conhecermos o passado para respeitarmos o presente e melhor construir o futuro, tenho o maior respeito pela investigação histórica.
Por isso, foi com naturalidade que, em conversa com o António, lhe disse que deveria avançar com o estudo dos inúmeros elementos artísticos e arquitectónicos que indicavam que a Moita Longa fazia (e faz) parte de algo especial na História de Portugal.
Após aquele encontro para efeitos da tal reportagem, poucas vezes mais voltei a cruzar-me com o António.
A minha vida profissional afastou-se da Lourinhã e do jornalismo, e os anos passaram. Até que, há poucos meses, a surpresa aconteceu: através dessa coisa tão maravilhosa quanto irritante que é o Facebook, o António contactou-me!
Com a afabilidade desarmante que lhe admirei desde o primeiro momento, contou-me que tinha conseguido concluir o livro sobre a Moita Longa. E, para minha ainda maior surpresa, agradeceu-me o incentivo que lhe tinha dado e pediu-me para estar aqui, hoje, convosco.
Apresentar um livro não é desafio a que esteja habituada. Aceitei o convite pela grande estima que tenho pelo António e, sobretudo, pelo enorme respeito que tenho pela sua paixão e pelo seu espírito de perseverança.
Convido-vos vivamente a ler “Quinto Império”. É uma tarefa muito agradável, acreditem. Não precisam de conhecer a Quinta da Moita Longa para sentir interesse pela temática. Mas garanto-vos que, depois da leitura, vão querer descobrir aquele espaço mágico.
Mais do que um livro, “Quinto Império” é uma missão de vida de alguém que ama as suas raízes e o local onde cresceu. Mas facilmente os leitores vão perceber que o António não escreveu este livro só para ele, para satisfazer um qualquer capricho próprio. Qualquer pessoa que ame a região Oeste vai apreciar a leitura e descobrir algo mais sobre este território, historicamente tão rico.
Eu, por mim, agradeço profundamente ao António Botto Quintans por esta obra, pela sua determinação. Admiro a sua paixão. E sou grata pela sua amizade.
(Alocução de Ana Pouseiro na apresentação do livro Quinto Império" no Centro Cultural da Nazaré em 7 de Agosto)

Será Portugal o Santuário do Redentor, como diz o Profeta Isaías? Será Portugal o Porto do Graal? O Quinto Império?


A Nazaré é um dos lugares mais idílicos de Portugal.

Pela sua beleza, suas praias, suas gentes, e um conjunto de tesouros de inegável valor histórico-cultural.

É na Nazaré que se encontra a imagem de Nossa Senhora que, segundo a tradição, foi esculpida por São José e pintada por São Lucas Evangelista.

Foi do antigo porto da Nazaré, então chamado Pederneira, que saíram as primeiras naus e caravelas que haveriam de dar novos mundos ao mundo.

E é na Nazaré que se encontra o famoso fóssil da Pederneira, um fóssil de um cedro, que contém em si próprio, uma história verdadeiramente maravilhosa.

É sobre o fóssil da Pederneira que quero aqui dedicar algumas palavras:

São muito poucos os fósseis de árvores que existem a nível planetário.

E o fóssil da Pederneira, em meu entender, tem um carácter muito especial:

Está no enfiamento da linha que delimitava as terras doadas por D. Afonso Henriques a São Bernardo de Claraval: os coutos de Alcobaça.



A linha era delimitada a norte pela zona da Pederneira, Pataias e São Pedro de Moel, conforme consta na carta de doação de D. Afonso Henriques ao Mosteiro de Alcobaça.

E a sul, pela Lourinhã, conforme se pode constatar na História de Portugal, do ilustre historiador, Prof. Joaquim Veríssimo Serrão.

Acontece que, ao longo dessa linha, para além do fóssil da Pederneira – um cedro –, ainda existem mais três fósseis de árvores.



Um pinheiro, junto ao Arco da Quinta da Moita Longa, na Lourinhã,

Uma faia, junto ao Arco da Memória de Casal do Rei – um arco que, segundo a tradição, foi mandado erguer por D. Afonso Henriques para delimitar a Leste os coutos de Alcobaça,

E um álamo, junto ao Arco da Memória do Arrimal, também ele mandado erguer por D. Afonso Henriques pelas mesmas razões.

Temos então os fósseis de um pinheiro, de uma faia, de um álamo e de um cedro.

Quatro árvores fossilizadas, quatro portais, que estão localizados ao longo da linha que delimitava as terras doadas por D. Afonso Henriques a São Bernardo de Claraval.
Será Portugal o Santuário do Redentor, como diz o Profeta Isaías?

Será Portugal o Porto do Graal?

O Quinto Império?
Agora, a coincidência das coincidências, ou talvez não, é que essas quatro árvores, são exactamente as mesmas árvores que são citadas na Bíblia, na Profecia de Isaías.

Diz Isaías:

“A glória do Líbano – [o cedro] – virá a ti; e o pinheiro, o álamo e a faia adornarão o Santuário do Redentor.”[1]

E a verdade é que estas árvores, estes fósseis, podem ser vistos a olho nu, na linha que estamos a examinar.

Isto não é ficção ou esoterismo!

Não! Os fósseis estão nos sítios indicados no mapa, e qualquer pessoa os pode ver.

Agora a pergunta que se coloca é a seguinte:

Perante tamanha coincidência, ou talvez não, terá sido isto obra do acaso?

Ou terá havido intervenção da Mão Divina?

É que as quatro árvores citadas na Bíblia, na Profecia de Isaías, são exactamente as mesmas quatro árvores que se encontram ao longo da linha que delimitava as terras doadas pelo primeiro rei de Portugal a São Bernardo de Claraval…

Será Portugal o Santuário do Redentor, como diz o Profeta Isaías?

Será Portugal o Porto do Graal?

O Quinto Império?

São estas e outras questões que se colocam no livro “Quinto Império – Testemunhos de Uma História Verídica”.

Da questão vem a discussão,

Da discussão, a verdade.

E a verdade é sempre uma fonte de bem.

Muito Obrigado!
(Alocução do autor António Botto Quintans na apresrentação do livro no Centro Cultural da Nazaré em 7 de Agosto de 2015)





[1]           Livro de Isaías 60:13

Thursday 6 August 2015

Apresentação do livro no Centro Cultural da Nazaré
no dia 7 de Agosto às 21:30 horas


O livro "Quinto Império - testemunhos de uma história verídica", da autoria de António Botto Quintans, vai ser apresentado com a presença do autor amanhã sexta-feira, dia 7 de Agosto, às 21h30, no Centro Cultural da Nazaré, por ocasião da Feira do Livro que ali decorre.
Dado à estampa em Julho pela Chiado Editores, o livro"Quinto Império - testemunhos de uma história verídica", foi lançado há poucos dias na Lourinhã. 
O livro resulta e resume as investigações de alguns anos do seu autor sobre os vestígios templários na região e na quinta que, segundo a tradição, poderá esconder o grande Tesouro dos Templários, herdado pela Ordem de Cristo. 
A quinta, onde também Camões se terá inspirado para escrever a Ilha dos Amores, torna-se o centro das atenções deste trabalho que "encontra marcas inéditas da presença templária em toda a zona envolvente, inclusive um campo de sepultura e registos escritos que sugerem que algo de muito importante foi escondido nesta zona durante o reinado de D. Dinis".
Ilustrado por muitas imagens que ilustram o que o autor afirma a cada passo apresenta um conjunto de testemunhos físicos e historiográficos prende o leitor do princípio ao fim. "Não há subterfúgios nem ideais subconscientes. Tudo é límpido como as águas que correm na Fonte Divina da Quinta da Moita Longa" como sublinha António Botto Quintans.
O livro está à venda nas lojas das redes FNAC, Bertrand, Wook, para além de um conjunto de duas dezenas de outras livrarias independentes. O livro pode ainda ser adquirido online directamente na editora AQUI.
Lançada na Lourinhã, o concelho onde se situa a Quinta da Moita Longa, a obra está a ser objecto de diversas apresentações em Lisboa, Porto, Tomar e Ericeira, entre outros locais.
O autor
António Luís Botto e Sousa Quintans nasceu em Lisboa a 25 de Julho de 1959. Frequentou Gestão de Empresas na Universidade Livre de Lisboa e desde 1985 que se dedica à Quinta da Moita Longa, na Lourinhã. Colaborou em diversos jornais e revistas e em 2014 publicou "Contributos para a História da Aguardente Vínica Lourinhã D.O.C."
Um dossier completo pode ser descarregadoAQUI.

Wednesday 5 August 2015

O VINHO MOSCATEL DA QUINTA DA MOITA LONGA E A REGIÃO DEMARCADA DE ORIGEM CONTROLADA DE AGUARDENTE VÍNICA DA LOURINHÃ

Quando no séc. XVIII se começou a produzir em escala o vinho do Porto, logo se constatou que o mesmo perdia propriedades na descida do rio Douro e no transporte para o estrangeiro. A solução encontrada foi a de o beneficiar com aguardente vínica de características muito especiais, devendo esta ser destilada de vinhos de baixo teor alcoólico e muita acidez. Assim sendo, os vinhos verdes do Norte possuíam essas características embora a sua parca produção dificultasse a utilização em escala para o fabrico da aguardente.

Foi então que se descobriu que na região da Lourinhã existiam vinhos com características semelhantes às dos vinhos verdes, cujas características eram perfeitas para o fabrico de aguardente vínica. Houve logo casas de vinho do Porto que passaram a requisitar aguardente vínica da Lourinhã, e muitas delas chegaram mesmo a ter aí as suas próprias destilarias. Por esse motivo se compreende também que na Lourinhã se tivessem instalado filiais de agências bancárias e de seguros da “cidade invicta”.

Hoje, Lourinhã, Cognac e Armagnac, constituem as três únicas regiões demarcadas de origem controlada, em todo o mundo, de aguardente vínica.

No século passado, as aguardentes da Lourinhã eram transportadas em carros de bois até ao Bombarral e daí seguiam de comboio até ao Porto. Ora acontece que esta história criou grande celeuma nos produtores de vinho verde do Norte, e os comboios vindos do Bombarral, à chegada, eram sistematicamente ameaçados e vandalizados. O tempo passou e a verdade é que já no limiar do séc. XXI, muitos dos vinhos verdes que foram comercializados aquém e além fronteiras foram fabricados com uvas da região da Lourinhã, sem que se soubesse.

É a partir de 1900 que as aguardentes da Lourinhã conhecem um grande incremento e é no primeiro quartel do séc. XX que se instalam na Lourinhã destilarias, agências de seguros e agências bancárias da “cidade invicta”.

Contudo, o que iria marcar o ano de 1900, não seriam as aguardentes, mas sim os vinhos licorosos da Lourinhã. Conforme se pode ler em “História de Portugal” do Prof. Joaquim Veríssimo Serrão, em Paris, abrira a 4 de Abril a grandiosa Exposição Universal, onde o nosso país se fez representar[1]. Ora aconteceu que o vinho moscatel da Quinta da Moita Longa (Lourinhã) foi premiado na Exposição Universal de Paris; e novamente em 1915 viria a ser galardoado na Exposição Mundial Panamá – Pacífico, entre outros prémios em outras grandes exposições nacionais e internacionais.


Quinta da Moita Longa

Toda a informação supracitada pode ser consultada no Anuário Comercial de Portugal (Biblioteca Nacional de Lisboa) e no Instituto Nacional de Estatística.

Aquando da Exposição universal de Paris, em 1900, era assim a vida na Lourinhã:

Caminhos de Ferro

As estações mais próximas eram Torres Vedras (20 km), Bombarral (17 km) e S. Mamede (14 km).

Diligências

     Havia diligências diárias para Torres Vedras e para Peniche (de serviço combinado até Óbidos e Caldas da Rainha, e para a Praia da Areia Branca a 100 reis, ida e volta).

Feiras e mercados

     A 24 de Agosto no lugar de S. Bartolomeu, a 8 de Setembro no sítio de Nossa Senhora da Misericórdia e a 21 de Setembro na Lourinhã. Mercado de gado maior e miúdo, recentemente criado, no 2.º domingo de cada mês, excepto em Setembro.
      
Administração do Concelho

     Administrador: Joaquim Pereira Coutinho
     Substituto do Administrador: Francisco Maria Pereira Marques
     Secretário: António Maria Roque Delgado
     Amanuense: Eduardo Augusto Rodrigues d’Azevedo
     Oficial de diligências: Cosme Ribeiro

Administração Judicial

     Juiz: Visconde de Ferreira Lima
     Delegado: Álvaro Miranda Pinto de Vasconcellos
     Escrivães: João de Fontoura Madureira
                      Alberto Cardoso
     Contador: Alfredo Martins
     Arbitradores: Francisco Pedro de Carvalho
                           Eduardo Augusto Rodrigues d’Azevedo
                           Carlos Fernando Horta Gama
                           João Veríssimo de Oliveira
                           Jacinto Ferreira Nobre
     Oficiais de diligências: Manuel da Graça Júnior
                                      José Ferreira Pinto
     Carcereiro: Daniel Lourenço Ferreira

Advogado

      Visconde de Palma de Almeida

Agência bancária

     Lisboa & Açores: Ernesto António Conde

Agências de seguros

     Tagus: Francisco de Paula Furtado
     Probidade: Joaquim Pedro de Oliveira
     Portugal: Alberto M. De Carvalho
     Internacional: Carlos Gama
     Commercial do Porto: Fernando de Almeida


Águas minerais

     Uma nascente sulfurosa, não analisada nem explorada, próximo do lugar do Paço, freguesia de São Bartolomeu

Armação de pesca

     Sistema valenciano no sítio de Paimogo, de Augusto Simões Ferreira da Cunha

Assistência judiciária

     Presidente: Álvaro Miranda Pinto de Vasconcellos
     Vogais: Dr. Francisco Marques
                   Boaventura de Sousa Marques

Barbeiros

     Albino dos Reis Cadete
     José Baptista Ferreira
     Epiphanio Ribeiro
     José Rafael Pereira

Câmara Municipal

     Presidente: Francisco de Paula Furtado
     Secretário: Arthur Gonçalves
     Amanuense: Fernando d’Almeida 
     Contínuo: Augusto dos Santos Picão
     Aferidor: Arthur Ramires Ferreira Nobre
     Tesoureiro: Ernesto António Conde
     Condutor de obras municipais: E. Coutinho

Conservatória

     Conservador: Dr. Francisco Marques

Correarias

     José da Silva Lucas
     Leopoldo Augusto Madeira

Correio e telégrafo

     Chefe: Joaquim Gregório dos Santos
     Distribuidor: José Baptista Ferreira
     Guarda-fios: Manuel Maria

Destilarias de Aguardente

No Inquérito Industrial de 1890[2] existiam na Lourinhã 7 destilarias de Aguardente com um capital fixo de 7.500$000 [7,5 contos de reis] – só 3 destilarias é que responderam; capital circulante de 7.500$000, uma delas a funcionar todo o ano, três em 3 meses, duas em 2 meses, uma em 1 mês, com um número médio de dias de trabalho por ano de 30 a 90, de Verão 12 horas de trabalho, de Inverno 6 a 12 horas; número médio de serões por ano, 20 a 90; horas por serão, 3 a 4; número médio de operários por dia: 18.

Em 1900, aferiram:
    
     António Luiz Marques
     Jayme Pereira Coutinho
     José Agnelo do Rosário e Silva
     António dos Santos Bernardes

Enxofre para vinhas

     Alfredo Júlio Franco

Farmácia

     António César H. Gama

Ferradores

     Lino José dos Reis
     Manoel Moço

Hotel

     Amélia dos Reis Cadete

Juiz de paz

     Juiz: Anacleto Marcos da Silva
     Escrivão: Eduardo Augusto Rodrigues d’Azevedo

Lavradores ou agricultores principais

     Visconde de Palma de Almeida
     José Joaquim da Costa
     António Luiz Marques
     Adriano Palma
     Arthur Gonçalves
     Francisco Furtado
     António Rodrigues Pereira
     Viúva de João da Silva Lucas
     José Agnelo do Rosário e Silva
     Jayme Pereira Coutinho
     Vicente Pimentel & Quintans (Quinta da Moita Longa)

Negociantes e comerciantes

     José Henriques Horta d’Almeida
     Viúva de João da Silva Lucas
     António Luiz Marques
     Vicente Fernandes Duarte
     Marques & Carvalho
     Francisco Maria Pereira Marques
     José Pinheiro d’Andrade
     Augusto Simões Ferreira da Cunha
     João Jeronymo da Costa
     Veríssimo de Oliveira
     Hugo José dos Santos

Notários

     Os escrivães de direito

Obras Públicas

     Chefe da secção de conservação: Joaquim Pedro de Oliveira

Paróquia

     Prior: Augusto Nazareth
     Coadjutor: José Quintino de Carvalho

Polícia

     Guardas: José Joaquim
                    Manuel Eusébio
                    Cosme Ribeiro
              
Professores

     Joana da Providência Alenquer
     P. Júlio Thiago
     António de Oliveira Carvalho
     Maria do Carmo Reis
                         
Recebedoria

     Recebedor: Ernesto António Conde
     Proposto: Eduardo Augusto Rodrigues d’Azevedo

Repartição de Fazenda

     Escrivão: Carlos Alberto da Silva Velloso
     Das execuções fiscais: Carlos Fernandes Horta Gama
                                          Fernando d’Almeida
     Escriturários: Carlos Fernandes Horta Gama
                           Adelino Xavier

Saúde Pública

     Sub-delegado: Joaquim de Jesus Lopes

Teatro e Sociedade de Recreio

     Theatro Club Recreativo Quatorze de Julho
     Philarmónica Lourinhanense


Trens de aluguer

     Proprietários: Dr. António Luiz Marques
                            Alfredo Júlio Franco
                            Joaquim Bento

Vinicultores

Vicente Pimentel & Quintans, proprietários da Quinta da Moita Longa. Premiados na Exposição Universal de Paris.

Principal comércio do concelho

O concelho é essencialmente agrícola, abundando em vinho, trigo, milho e batata. Também é abundante em peixe e fruta, especializando-se a maçã.

Freguesias

Miragaia

     Pároco: Francisco José Alves
     Professora: Maria Adelaide Fernandes dos Santos
     Comerciantes: Augusto dos Reis Cadete
                             José Henriques Ribeiro
                             António Dias Sarreiro (da Marteleira)
                             José Vieira (da Ribeira de Palheiros)
     Encarregado do correio: Augusto dos Reis Cadete
     Fábrica de destilação de vinhos: Jayme Pereira Coutinho
     Lavradores ou agricultores: Manuel Ferreira (das Papagovas)
                                                  Manuel  Matheus (de Miragaia)
                                                  Jayme Pereira Coutinho (da Quinta do Perdigão)
                                                  Filipe Bernardo (de Vale de Moura)
     Regedor: João Tavares
                                           
Moita dos Ferreiros

     Pároco: Silvestre Tavares dos Santos Lima 
     Professor: António Duarte da Silva
     Comerciantes principais: Ezequiel Duarte
                                              Manuel Pereira Loureiro
     Encarregado do correio e regedor: José de Oliveira Guimarães
     Lavradores ou agricultores: D. Maria da Conceição F. Rego
                                                  José Luiz da Silva Rego
                                                  José Matheus

Moledo

     Pároco: Silvestre Tavares dos Santos Lima 
     Comerciante e encarregado do correio: António Custódio
     Lavradores ou agricultores: António da Silva Carapeto
                                                  Arsénio Simões
                                                  Ignácio José

Reguengo Grande

     Pároco. Ângelo Firmino da Silva
     Professor: Theodoro Coelho de Barros
     Comerciantes: Silvano Marcellino
                             José António Pereira
                             José Maria de Carvalho
     Lavradores ou agricultores: Manuel Francisco Marques
                                                  José Bernardino
                                                  João Maria Rodrigues
                                                  João Maria do Nascimento
     Chefe da estação telegrafo-postal: João Fontes Pinto
     Regedor: Arsénio Leonardo

São Bartolomeu dos Galegos

     Pároco: Ângelo Firmino da Silva
     Encarregado da estação postal: Gabriel Marques
     Lavradores ou agricultores: Manuel Luiz Marques de Matos (da Quinta da Lameira)
                                                  Joaquim Ferreira
                                                  Augusto Simões Ferreira da Cunha
     Regedor: Joaquim da Costa

Vimeiro

     Pároco: Luiz António do Sobreiro
     Professora: Lydia da Assunção Ferreira de Moraes Pinto
     Comerciante: José Thomaz da Costa
     Encarregado do correio: José de Andrade Jordão
     Lavradores ou agricultores: António da Silva Henriques
                                                  José de Andrade Jordão

     Regedor: José da Silva Henriques




[1] Joaquim Veríssimo Serrão, História de Portugal, Vol. X, pág. 91, Editorial Verbo, 1987
[2] Idem, ibidem, Distrito de Lisboa, pág. 40