Saturday 8 August 2015

Ana Pouseiro: "Qualquer pessoa que ame a região Oeste vai apreciar a leitura e descobrir algo mais sobre este território, historicamente tão rico"

Permitam-me, nesta noite, que me dirija a vós num registo pessoal.
Por vezes, o destino coloca na nossa vida momentos que, inesperadamente, se convertem em grandes surpresas e afectos improváveis.
Há vários anos, era eu uma jovem jornalista recém-chegada à região Oeste, fui destacada para uma reportagem sobre a Quinta da Moita Longa, na Lourinhã. Chegada ao local, foi encantamento à primeira vista. A Quinta é verdadeira bonita mas, mais do que isso, nela respira-se História. Não é preciso ter uma imaginação excessivamente sensível para esperar que, a qualquer momento, surja um cavaleiro na mata que rodeia a Quinta.
Mais o maior impacto da minha presença naquele longínquo dia na Moita Longa não foi a beleza da casa monumental e do espaço envolvente. O que ficou mais presente na minha memória foi a paixão do seu proprietário pela Quinta e por toda uma herança que já então ele pressentia ser maior do que um terreno e paredes antigas.
Eu admiro as pessoas que põem amor em tudo quanto fazem. E foi isso que me cativou naquele primeiro encontro com o António Botto Quintans, enquanto me mostrava as instalações e a propriedade, como uma criança entusiasmada com uma estória de encantar.
O António Botto Quintans tem este condão: com discrição e simplicidade, envolve-nos na sua própria relação de amor com a Quinta da Moita Longa.
Eu, que acredito na importância de conhecermos o passado para respeitarmos o presente e melhor construir o futuro, tenho o maior respeito pela investigação histórica.
Por isso, foi com naturalidade que, em conversa com o António, lhe disse que deveria avançar com o estudo dos inúmeros elementos artísticos e arquitectónicos que indicavam que a Moita Longa fazia (e faz) parte de algo especial na História de Portugal.
Após aquele encontro para efeitos da tal reportagem, poucas vezes mais voltei a cruzar-me com o António.
A minha vida profissional afastou-se da Lourinhã e do jornalismo, e os anos passaram. Até que, há poucos meses, a surpresa aconteceu: através dessa coisa tão maravilhosa quanto irritante que é o Facebook, o António contactou-me!
Com a afabilidade desarmante que lhe admirei desde o primeiro momento, contou-me que tinha conseguido concluir o livro sobre a Moita Longa. E, para minha ainda maior surpresa, agradeceu-me o incentivo que lhe tinha dado e pediu-me para estar aqui, hoje, convosco.
Apresentar um livro não é desafio a que esteja habituada. Aceitei o convite pela grande estima que tenho pelo António e, sobretudo, pelo enorme respeito que tenho pela sua paixão e pelo seu espírito de perseverança.
Convido-vos vivamente a ler “Quinto Império”. É uma tarefa muito agradável, acreditem. Não precisam de conhecer a Quinta da Moita Longa para sentir interesse pela temática. Mas garanto-vos que, depois da leitura, vão querer descobrir aquele espaço mágico.
Mais do que um livro, “Quinto Império” é uma missão de vida de alguém que ama as suas raízes e o local onde cresceu. Mas facilmente os leitores vão perceber que o António não escreveu este livro só para ele, para satisfazer um qualquer capricho próprio. Qualquer pessoa que ame a região Oeste vai apreciar a leitura e descobrir algo mais sobre este território, historicamente tão rico.
Eu, por mim, agradeço profundamente ao António Botto Quintans por esta obra, pela sua determinação. Admiro a sua paixão. E sou grata pela sua amizade.
(Alocução de Ana Pouseiro na apresentação do livro Quinto Império" no Centro Cultural da Nazaré em 7 de Agosto)

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