Tuesday 28 July 2015

ANDRÉ DA SILVEIRA DO PÓ PRIMEIRO SENHOR DA MOITA LONGA

André da Silveira do Pó, cavaleiro fidalgo da Casa Real, juiz da Alfândega de Lisboa, senhor da Moita Longa, recebeu carta de armas a 11 de Abril de 1532[1].

Dom João etc.. A quantos esta minha carta virem faço saber que André da Silveira do Pó Cavaleiro fidalgo da minha Casa me fez petição por linha direita masculina e que de direito as suas armas lhe pertencem. Pedindo-me por mercê que por a memória dos seus antecessores se não perder e ele gouvir e usar as honras das armas que pelos merecimentos seus serviços ganharam lhes foram dadas e assim dos privilégios, honras, graças e mercês que por direito por bem delas lhe pertencem se lhe mandasse dar minha carta das ditas armas que estavam registadas em os livros de registo das armas nobres de fidalgos de meus reinos que tem Portugal meu principal Rei de Armas. A qual vista por mim sobre ela tirar inquirição de testemunhas. A qual por virtude de um meu alvará foi tirada pelo Dr. Fernand’ Álvares d’ Almeida chanceler da minha Casa do Cível e por André Lopez escrivão pela qual se prova que o dito André da Silveira descender por linha direita masculina da dita geração dos do Pó como filho legítimo que é de Cristóvão Alvarez do Pó e neto de Gil Alvarez do Pó foi neto de Joam Annes do Pó que foi fidalgo do muito honrado alcaide mor de Óbidos e foi chefe desta geração e deixou uma capela e morgado na dita vila cujos administradores foram seus avós e pai dele André da Silveira e ele as quais lhe mandei dar esta minha carta com seu brasão, elmo, timbre como aqui são divisadas e assim como fiel e verdadeiramente se acharam divisadas e registadas nos livros dos registos do dito Portugal rei de armas. As quais armas são as seguintes scielibet o campo de prata com um leão de púrpura com o rabo entre as pernas agachado para saltar e uma bordadura vermelha com oito aspas de prata, elmo de prata aberto guarnido de oiro, paquife de prata e púrpura e por timbre o dito leão o qual escudo, armas e sinais possa trazer e traga o dito André da Silveira assim como des trouxeram e delas usaram seus antecessores e os nobres e antigos fidalgos sempre costumaram as trazer em tempos esclarecidos reis meus antecessores e com elas possa entrar em batalhas, campos, duelos, reptos e escaramuças e desafios e exercitar com elas todos os outros autos, leitos de guerra e paz e assim as possa trazer em seus firmais, anéis, sinetes e devisas e as pôr em suas casas, edifícios e deixá-las sobre sua própria sepultura e finalmente se servir, honrar, gouvir e aproveitar delas em todo e por todo como a sua nobreza convier. Porém mando todos meus corregedores, desembargadores, juízes e justiças e alcaides e em especial aos meus reis de armas, arautos e percevantes e a quaisquer outros oficiais e pessoas a que esta minha carta for mostrada e o conhecimento dela pertencer que em todo lhe cumpram e guardem e façam cumprir e guardar como em ela se guarde sem dúvida nem embargo algum que lhe a ele seja posto porque assim é minha mercê dada em Setúbal aos doze dias de Abril e El Rei o mandou pelo bacharel António Rodriguez Portugal seu rei d’ Armas principal Pedro d’ Évora rei d’ Armas Algarve e escrivão da nobreza a fez ano de Nosso Senhor Jesus Cristo de mil quinhentos e trinta e dois anos.

Esta carta assume um valor histórico de grande importância, uma vez que vem contrariar a tese que aponta João Afonso do Pó como chefe de geração de linhagem Pó (Poo).

Com efeito e como se pode observar na carta, o chefe de geração desta linhagem foi (Joam Annes do Pó que foi fidalgo do muito honrado alcaide mor de Óbidos e foi chefe desta geração e deixou uma capela e morgado...).

Por outro lado, vem confirmar que esta família toma o apelido Pó, por provir da aldeia do Pó (...como ele descendia da geração de linhagem dos do Pó...).

João Afonso (do Pó), foi vassalo do rei D. Fernando e alcaide-mor de Óbidos e casou (?) com Maria Teles. Desta união nasceu João Anes do Pó. Este, a 20 de Janeiro de 1377 (era de 1415), sucede a seu pai na alcaidaria-mor de Óbidos[2], e a 12 de Março de 1381 (era de 1419), instituiu uma capela e morgado na igreja de S. Pedro de Óbidos, de que era cabeça uma grande Quinta no lugar do Pó.

Só no termo de Óbidos tinha mais de setenta moradas.

João Anes do Pó casou com D. Inês Machado, senhora de Entre Homem-e-Cávado, descendente por linha direita masculina de D. Mendo Moniz, que a machado arrombou as portas de Santarém, em 8.5.1147, e que D. Afonso Henriques recompensou concedendo-lhe que usasse o apelido de Machado, dando-lhe o senhorio de Entre Homem-e-Cávado.

João Anes do Pó encontra-se sepultado na igreja de S. Pedro de Óbidos.

Junto ao pórtico, está a sua pedra tumular que tem gravado um leão com o rabo entre as pernas agachado para saltar, tal como é referido na carta de armas de André da Silveira do Pó.

Na aldeia da Amoreira, junto à aldeia do Pó, vamos encontrar a mesma representação – deste leão –, por cima de uma janela de uma casa, que pertencia ao morgado dos Pó.

A título de curiosidade, registe-se que foi na adega desta casa que se inventou e se começou a produzir aquele que é hoje um dos mais apreciados licores de Portugal: a ginjinha de Óbidos.

Segundo J.L. Manso de Lima[3], o primeiro nome que aparece em Portugal desta família é Estêvão Jacques. Está sepultado na igreja de Santa Maria de Óbidos.





(1) João Afonso (do Pó). Nos nobiliários mais apurados do reino, no título Pó (Poo) aparece João Afonso do Pó casado com Maria Teles. Porém, no Título Teles, por sinal, mais ilustre, não aparece nenhuma referência a uma Maria Teles casada com João Afonso do Pó. No Título Teles, o que vem é o registo de D. Maria Teles, irmã da rainha D. Leonor, que foi brutalmente assassinada por seu marido, o infante D. João, filho de D. Pedro e de D. Inês de Castro, sob a acusação de adultério.

Acontece que nesse período de tempo, quem estava à frente dos desígnios do castelo de Óbidos era o alcaide-mor João Afonso (do Pó), e quem habitava o paço do Moledo – situado a uma légua de Óbidos, no planalto das Cezaredas (hoje, concelho da Lourinhã) –, era o infante D. João, que recebera por herança de seu pai esta moradia real[4].

Foi também nesta altura que o rei D. Fernando doou a sua mulher, D. Leonor, irmã de D. Maria Teles, a vila de Óbidos.

O rei ordenou então que se restaurasse o castelo, se levantasse a parede e as torres do lado norte, e se reformasse o torreão do paço. E assim, em 1375 (era de 1413) começaram as obras, conforme consta na inscrição esculpida no umbral que da escada dá acesso à torre e torreões anexos, a qual diz: Em 1413 no mês de Outubro foi começada esta torre por mando de El-Rei D. Fernando do qual foi vedor Diogo de Atouguia e foi dela mestre Inácio Domingues e foi feita à custa do mesmo.





Castelo de Óbidos (Paulo Juntas / 2007)

Agora a questão que se coloca é a seguinte: quem seria a misteriosa Maria Teles, que casou ou viveu com João Afonso (do Pó)?

(2) Fernão Pó. Subsistem muitas dúvidas se este Fernão Pó será o mesmo que em 1471 descobriu a ilha Formosa, que, mais tarde, tomou o seu nome: ilha de Fernão Pó. A verdade porém, é que na Torre do Tombo, na Chancelaria de D. João II, Livro 20, fólio 77 verso, vem a carta que legitima Fernão Pó, filho de João Anes do Pó.

(3) Gil Álvares do Pó. Foi fidalgo da Casa Real, vassalo e corregedor da Corte, escudeiro do infante D. Henrique. Continuou o morgado do Pó, e casou com sua prima co-irmã Guiomar Machado.

(4) Cristóvão Álvares do Pó. Foi morgado do Pó e cavaleiro fidalgo da Casa Real. Casou a primeira vez com D. Catarina da Silveira.

Cristóvão Álvares do Pó, casou em segundas núpcias com Leonor de Seixas.






(1) Diogo De Seixas. Foi escrivão do Almoxarifado de Viseu, escrivão da Feitoria de São Jorge da Mina, comendador de Santa Maria de Tondela e comendador de Santo André de Torselo. (Os comendadores e os alcaides-mor tinham em comum as atribuições militares para as quais eram investidos, e ainda as funções administrativas e judiciais, no exercício das quais colaboravam com as autoridades propriamente ditas. O que os distinguia, é que o comendador exercia as suas funções nas povoações das ordens militares).

(2) Diogo Brandão. Foi vedor da Fazenda de D. João II e poeta do Cancioneiro Geral de Garcia de Resende.

A poesia de Diogo Brandão, de feitura palaciana, engloba temas de amor, de sátira e “cousas de folgar”, com marcas de influência dantesca e petrarquista. Diogo Brandão escreveu “O que se caça em Portugal”. Chorou, em oitavas, a morte de D. João II e compôs com vinte e sete oitavas em redondilhas um poema italianizante: “Fingimentos de Amor”.

Alguns poetas de grande relevo se acomodaram com Diogo Brandão no Cancioneiro Geral: o infante D. Pedro, duque de Coimbra e regente do Reino, e ainda seu filho D. Pedro, o condestável do Reino; D. João Manuel, filho do bispo da Guarda e neto d’ el-rei D. Duarte; D. João de Meneses, irmão do conde de Cantanhede; D. Filipa de Vilhena, D. Joana de Sousa, D. Leonor Mascarenhas, D. Guiomar de Castro, D. Maria de Melo, etc.

CANCIONEIRO GERAL[5]

DE DIOGO BRANDÃO À MORTE D’EL REI DOM JOÃO O SEGUNDO QUE É EM SANTA GLÓRIA

Este foi aquele bom rei Dom João,

o mais excelente que houve no mundo,

rei destes reinos, deste nome o segundo,

humano, católico, sujeito à razão.

Do qual mui bem creio, sem contradição,

julgando suas obras e como morreu,

que deve bem certo de ter salvação,

pois tão justamente sempre viveu.



Teve nas cousas de Deus excelência,

aquelas amava, honrava, temia,

em fábricas santas mui bem despendia

assaz largamente com magnificência.

Com justa medida e grã providência,

suas esmolas mui bem repartia,

quem se prezava de santa ciência

muito por certo ant’ ele valia.



Era em suas obras bem temperado

que o que por palavra uma vez prometia

de tal maneira com fé o cumpria,

como se fora por ele jurado.

Não se gloriava de ter alcançado

por favor de Fortuna nenhum bem temporal,

toda sua glória era tê-lo ganhado

por alguma virtude e bem divinal.



Com ânimo grande d’ esperas reais,

abriu o caminho de toda Guiné,

mais por crescer a católica fé

que não por cobiça dos bens temporais.

Com ela fez ricos os seus naturais,

os infieis trouxe haver salvação,

pois obras tão justas e tão divinais

serão sempre vivas segundo razão.



Seus males e culpas gemendo com dor,

partiu desta vida na fé esforçado,

pelo qual creio que outro reinado

possui lá com Deus muito melhor.

Fez fim no Algarve, na vila d’ Alvor,

no décimo mês ao fim já pró pinco,

sendo da era de Nosso Senhor

quatorze centenas noventa mais cinco.

(3) Francisco Serrão. Foi secretário do Conselho de D. João II.



(4) Brites Brandoa. Foi a padroeira do Convento de Santo António da Lourinhã. Foi casada com D. Brás Henriques – filho de D. Jorge Henriques –, caçador-mor do infante D. Luís, senhor de Barbacena (Assumar), onde edificou o castelo, no séc. XVI.

A história do convento escreve-se a partir de 2 de Maio de 1598[6], quando um grupo de frades Franciscanos da Recoleição pediram autorização para fundar, na Lourinhã, um mosteiro. Obtido o aval da Câmara, pouco tempo depois, deu-se o dito por não dito: que se construa, sim, o mosteiro, mas para os padres Marianos. Atónitos, os Franciscanos de imediato apresentaram um agravo contra a edilidade.

Como o caso era do foro eclesiástico, o assunto chegou ao arcebispo de Lisboa, D. Miguel de Castro. O arcebispo e o seu coadjutor D. Frei Tomé de Faria, resolveram rapidamente a contenda, que resultou a favor dos Franciscanos da Recoleição.

Brites Brandoa, como se disse, foi a padroeira do Convento de Santo António (2 de Junho de 1609). A capela-mor foi-lhe inteiramente dedicada, para nela se sepultar, e seu marido, falecido em 1601, cujos restos mortais se encontravam depositados na igreja de Nossa Senhora da Visitação, em Vila Verde dos Francos. Assim, do lado do Evangelho, podemos admirar o sumptuoso túmulo, projectado por Pedro Nunes Tinoco e construído por André Duarte.

A 31 de Janeiro de 1629 é feito e aprovado o testamento da padroeira na Quinta da Messejana, termo de Torres Vedras. Nele fez constar que os seus restos mortais fossem amortalhados no hábito dos frades Franciscanos e depositados junto aos do marido, no convento da Lourinhã.

No túmulo de D. Brites Brandoa, existe um letreiro com a seguinte inscrição:

D. Brites Brandoa, filha de Francisco Serrão, Secretário do Conselho de Sua Majestade, e de D. Maria Brandoa, fez esta capela e sepultura para jazigo de D. Brás Henriques, seu marido, filho de D. Jorge Henriques e de D. Isabel de Miranda, descendentes dos reis de Portugal, padroeiros deste mosteiro. Faleceu a 30 de Novembro de 1601, e descendentes.

(5) Gaspar de Seixas, letrado, elaborou o alvará de licença de impressão d’Os Lusíadas.





(6) Jerónima de Vasconcelos era filha de Manuel Correia de Aboim e de Isabel de Oliveira.

(7) Francisco Correia Manuel era descendente do rei D. Duarte e de D. Joana Manuel.

(8) Diogo de Barros Machado foi desembargador do Paço.

(9) António de Barros Cardoso. Foi cavaleiro fidalgo da Casa Real e comendador de S. Miguel da Cota. Acompanhou a expedição de Pedro Álvares Cabral que descobriu o Brasil, tendo ali recebido a capitania de Piauí, de onde foi primeiro donatário.

André da Silveira do Pó, tomou posse do cargo de juiz da Alfândega de Lisboa, a 12 de Fevereiro de 1534[7]. Morreu em 1559.



André da Silveira do Pó, casou com Catarina de Brito, e deixaram a seguinte descendência:


(1) Catarina de Brito. Filha de Mem de Brito, natural da Lourinhã, cavaleiro fidalgo da Casa Real.

(2) Francisco de Brito. Cavaleiro fidalgo da Casa Real, 6º senhor do morgado do Pó, 2º senhor da Moita Longa, fundador e primeiro provedor da Misericórdia da Lourinhã, em 20.09.1586, capitão-mor do galeão Santiago e juiz da Alfândega de Lisboa. Francisco de Brito casou com,

(3) Maria da Silva, de ilustríssima família de título Silva:



(A) Lourenço de Faria. Monteiro-mor de D. João II e alferes-mor do príncipe D. João.

(B) Nuno Fernandes de Ataíde, cunhado de Vasco da Gama.

(C) Antão de Faria. Homem de confiança do príncipe D. João – futuro rei D. João II –, foi enviado por este a D. Afonso V, então em França, de onde expediu para Portugal a carta em que o monarca abdicava no seu filho. Já no fim do reinado de D. João II, o rei – já muito doente – pretendia deixar o trono, na falta de filho legítimo, a seu filho bastardo D. Jorge de Lencastre. Desta ideia o dissuadiu Antão de Faria, valido que se recusou a escrever o testamento nesse sentido, alegando com energia os perigos a que isso sujeitava o reino, por haver herdeiro legítimo na pessoa de D. Manuel, duque de Beja, futuro rei D. Manuel I.

(D) Simão de Faria. Casou com Filipa de Sousa.

(E) Francisco de Faria. Alcaide-mor de Palmela, valido de D. João II. Foi casado com Joana da Silva e Castro, filha de Aires da Silva, alcaide-mor de Montemor-o-Velho.

(F) António de Faria e Sousa. Também conhecido por António de Faria, foi o célebre companheiro de Fernão Mendes Pinto nas suas viagens e explorações no Extremo-Oriente[8].

(G) Gonçalo Gomes da Silva. Alcaide-mor de Soure, senhor da Chamusca e de Ulme, alferes-mor do rei D. João I.

(H) Frei Gonçalo da Silva. Monge de Cister e prior do Mosteiro de Alcobaça.

(I)Afonso da Silva. Alcaide-mor de Soure.

(J) Jorge da Silva. Filho bastardo de Gonçalo Gomes da Silva.

(L) Inês Gomes da Silva. Filha bastarda de Jorge da Silva. Casou com João Vaz de Camões.

(4) António de Brito da Silva, 3º senhor da Moita Longa. Casou a primeira vez com Maria Bernardes (sem geração), filha de António Vaz Bernardes, senhor da Quinta da Foz, Foz do Arelho. Casou a segunda vez com Maria de Castelo Branco, de quem teve descendência.

(5) Tomás de Brito da Silva, 4º senhor da Moita Longa. Casou a primeira vez com (…) com quem viveu na Quinta de Santa Marta. A segunda vez com uma filha de Allonso Castelhano, com a qual não fez vida. A terceira com Maria Vogado de Sottomayor.

(6) Maria Vogado de Sottomayor. Era natural de Coimbra. Foi filha do Dr. Filipe Vogado Sottomayor, natural da Ilha da Madeira, provedor da comarca de Castelo Branco, e de Maria Inácia de Almeida, natural de Coimbra, filha de Gabriel Leitão e de Ana de Almeida.

(7) Francisca Antónia da Silva. Casou a primeira vez com António Teles Caldeira, e a segunda, com Rodrigo de Sousa Pereira Mascarenhas.

(8) Manuel Homem de Quadros. Foi capitão-mor de Soure. Filho de Manuel Homem de Quadros e de Isabel da Silva Mascarenhas.

(9) Francisco de Brito da Silva, morreu na Índia.



(10) Simão da Silva Castelo Branco. Foi cavaleiro do Hábito de Cristo, para o qual se habilitou pela Mesa da Consciência, em 1644. Morreu solteiro.

(11) Gonçalo de Brito. Serviu muitos anos na Índia e nas armadas. Notabilizou-se pela sua eloquente audiência pública antes da aclamação em Madrid de Filipe IV de Espanha.

(12) João da Silva e Manuel de Brito, morreram em Alcácer Quibir com D. Sebastião.

(13) Francisco da Silva, João de Brito e Martim Gonçalves, morreram na Índia.

(14) Frei Jerónimo da Silva. Foi carmelita e religioso da Companhia de Jesus. Nasceu em Oliveira do Douro a 8.9.1588 e morreu na Casa Professa de São Roque, em Lisboa, a 14.10.1638. Entrou no noviciado de Coimbra para irmão coadjutor ou auxiliar leigo a 8.9.1601. Aí, desempenhou durante 19 anos o ofício de porteiro. Tinha também a seu cargo a capela dos confrades da Senhora das Neves. No mesmo colégio conheceu e tratou das coisas do espírito com o Padre Francisco Suarez Gratense, de cujas demonstrações de santidade deu testemunho, o qual devido à excepcional importância tem sido incluído em quase todas as biografias do célebre lente de prima da Universidade de Coimbra.

(15) Filipa da Silva: 






(M) António Vaz Bernardes. Senhor da Quinta da Foz, Foz do Arelho, testamenteiro da infanta D. Maria, filha de D. Manuel I.

Como se pode observar, Filipa da Silva e António de Brito da Silva (3º senhor da Moita Longa), eram casados respectivamente com Martim Vaz Bernardes e Maria Bernardes, filhos de António Vaz Bernardes, senhor da Quinta da Foz.

(16) Luís de Brito. Foi capitão de navio e serviu na Índia.
Luís de Brito e Guiomar de Andrade eram moradores na Rua das Parreiras, em Lisboa, e tinham um casal, em Valada do Ribatejo. A 18.2.1566 venderam o dito casal a D. Fernão Álvares da Cunha e sua mulher Joana Vaz, célebre poetisa, amiga íntima de Camões, dama da infanta D. Maria, filha de D. Manuel I, que aqui instituíram uma capela e morgado.

Este casal, conforme consta na Biblioteca Nacional de Lisboa – Reservados –, fora adquirido em 5.8.1384 (era de 1422) por João Anes do Pó e D. Inês Machado, seus antepassados.

(17) Luís Gonçalves Ferreira. Foi porteiro do Governo. Era filho de Manuel Ferreira e de Leonor Espinosa.

(18) Inês e Isabel, foram freiras em Santa Clara de Lisboa.


[1] IAN/TT, Chancelaria de D. João III, L. 18 f. 19 v
[2] IAN/TT, Chancelaria de D. Fernando, f. 200 v
[3] Jacinto Leitão Manso de Lima, Famílias de Portugal tiradas dos nobiliários mais apurados do mesmo reino acrescentadas e ordenadas de instrumentos autênticos e jurídicos (Manuscritos)
[4] J. T. Montalvão Machado, Os Amores de D. Pedro e D. Inês em terras da Lourinhã, Gaia e Coimbra, Lisboa, 1967
[5] Não estão transcritas aqui todas as oitavas do poema
[6] IAN/TT, Chancelaria de D. João III, L. 9 f. 60
[7] IAN/TT, Chancelaria de D. João III, l. 7 f. 26
[8] Fernando Ribeiro de Mello, Fernão Mendes Pinto, Peregrinação & Cartas, Alguma Biografia de Fernão Mendes Pinto, comentários de Fernando António Almeida, pág. 1075-1090, Edições Afrodite, 1989, Lisboa.

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